Academia da Malta

23.11.04

Será que posso ser Albicastrense?!

O alarme social está instalado. Parece que a maternidade do Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco não faz falta. Pelo menos é essa a conclusão de um estudo elaborado a pedido do Ministério da Saúde.
Vistas curtas que tem esta gente. Vistas que não vão além das paredes do gabinete em que estão instalados, seguramente. Assusta-me a redução de tudo e mais alguma coisa a critérios estritamente financeiros. Ninguém com um mínimo de bom senso se lembraria de tal disparate. Como se pode falar em discriminação positiva para o interior, quando se equacionam soluções destas?
O Hospital Amato Lusitano serve não só o concelho de Castelo Branco (mais de 55 mil habitantes), como todos os concelhos limítrofes. Tem, portanto, uma forte área de influência. É verdade que faz menos do que dois partos por dia, cerca de 600 por ano; mas presta acima de tudo um serviço fundamental à população. Não se entende que haja alguém a querer por uma família de Proença-a-Nova (por exemplo) a fazer turismo pelas estradas do distrito. É que a Covilhã não é já ali... As pessoas não são números. O País não se desenvolve só com números. Desenvolve-se com pessoas. E por este andar qualquer dia desaparecem todas. Um Hospital enquanto instituição pública não se pode reger por critérios economicistas deste cariz. Se não for o estado a investir no interior, a dar qualidade de vida às suas populações, quem será?



Mas não é só a maternidade que nos querem tirar. Este Governo ainda não percebeu que Portugal, está de facto dividido em dois - o Portugal litoral e o Portugal interior. Se não forem dados benefícios ao interior, este dificilmente ganhará a luta desigual e injusta com o litoral. É por isso que não se podem colocar portagens na A23 assim sem mais nem menos e é por isso que não se pode continuar a andar em comboios cujo desinvestimento á assustador.... Outros posts, para outros dias!


|